| Pena que não façam remédios para a alma |
– Maria Teresa Maia Gonzalez

ATENÇÃO_Contém spoilers, abaixo
A Lua de Joana, um livro para todos
A primeira vez que li a Lua de Joana, lembro que fiquei assoberbada com os sentimentos de revolta e tristeza que este livro causou em mim. A autora leva-nos através da história de Joana através de cartas que escreve para a sua melhor amiga, que mais tarde percebemos que morreu por causa do consumo de droga. Considero que haja duas fases bem demarcadas no livro, antes de Diogo (irmão da sua melhor amiga) e depois de Diogo.
Joana era a rapariga predileta que não causava caos na sua casa. Tinha boas notas para não incomodar os pais que estavam sempre muito ocupados. A sua avó, quem realmente cuidava e gostava de Joana era quem realmente sabia valorizar e cuidar dela, sem querer nada em troca.
Num curto espaço de tempo, Joana perde a sua melhor amiga e a sua avó, que fazem sucumbir ao que primeiro tirou a vida da sua melhor amiga. A relação de Diogo prospera mas para tons cinzentos que Joana quis abraçar. O seu quarto tornou-se branco e cálido, um contraste, quase propositado, da sua mente. As notas começam a baixar, os problemas em casa aumentam e Joana começa a vender os seus bens para ter dinheiro para consumir.
Voltamos ao quarto, e à Lua de Joana, um acento em forma de lua que seu pai pendurou no tecto e que Joana baloiçava nele, dentro dos devaneios da sua mente. Há uma analogia entre as fases da lua e o seu humor, os inconstantes que todos nós vivemos na vida.
Este livro, A Lua de Joana, da autora Maria Teresa Maia Gonzalez, ávida escritores de livros juvenis, mas que não deixam de passar sempre uma mensagem transversal a todas as idades. Na segunda vez que li o livro, já não me importei, ou melhor dizendo, não me chocou o facto de Joana ter acabado por sucumbir às drogas, a mensagem chegou-me de outra forma.
Desta vez, a mensagem “adulta” de A Lua de Joana é clara, Joana deixou de ter o apoio de sua avó e os pais, os adultos em toda a situação, nunca prestaram atenção ao que estava a passar-se na vida de Joana. Isto é, quando alguém reparou, no caso, o seu pai, já não havia como voltar atrás no tempo, e que arrependimentos os adultos têm quando não há volta a dar.
Sobre a autora de A Lua de Joana
Maria Teresa Maia Gonzalez nasceu em Coimbra, em 1958. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – Variante de Estudos Franceses e Ingleses – pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Vive em Lisboa e desde muito cedo sentiu despertar o gosto pelas histórias ouvidas e lidas em família. Por volta dos nove anos, começou a sentir o gosto pela escrita, escrevendo poemas e histórias com regularidade. Iniciou a sua carreira na escrita em 1989, quando ainda era professora.
Da sua obra constam sobretudo romances juvenis, sendo também da sua autoria histórias infantis, fábulas, poesia, contos, crónicas, ficção para adultos e uma coleção juvenil de peças de teatro. São temáticas recorrentes nos seus livros os direitos das crianças e dos adolescentes, a espiritualidade e os problemas da adolescência, nomeadamente, a solidão, as perdas, a depressão, os conflitos familiares, as dependências químicas, a violência em meio escolar, a violência doméstica, a sexualidade e a afetividade.
(texto adaptado de Wook.pt)
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